A Diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou no dia 23 de setembro de 2025, em reunião pública ordinária, o reajuste tarifário de 21 permissionárias localizadas em Santa Catarina e São Paulo, entre elas a Cooperativa de Eletricidade de São Ludgero (Cegero). Os novos valores passaram a valer para a energia consumida a partir de 30 de setembro e estarão disponíveis em http://www.cegero.coop.br/
O efeito médio do reajuste a ser percebido pelos consumidores será de 4,94%, abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses de 5,13%. Para os consumidores faturados em Baixa Tensão, o efeito médio será de 0,71%, enquanto para os consumidores faturados em Alta Tensão será de 7,72%.
No caso dos consumidores residenciais – mesma tarifa aplicada a produtores rurais, comércios e indústrias de baixa tensão – o reajuste será de 0,93%, o que representa apenas meio centavo por kWh.
Para comparação, a Celesc teve reajuste médio de 13,53% em agosto de 2025, sendo de 12,59% para consumidores residenciais. Com isso, a tarifa residencial passou de R$ 0,61791/kWh para R$ 0,69568/kWh, ou seja, um aumento de cerca de 8 centavos por kWh, enquanto na Cegero o acréscimo foi de apenas meio centavo.
REAJUSTE CEGERO 2025 E REAJUSTE CELESC 2025
Reajuste Tarifário 2025 | Cegero | Celesc |
Reajuste médio | 4,94% | 13,53% |
Reajuste residencial, produtores rurais, comércios e indústrias de baixa tensão | 0,93% | 12,59% |
Encargos setoriais pesaram no reajuste
Assim como ocorreu na Celesc e em outras distribuidoras do país, os encargos setoriais foram os que mais impactaram as tarifas da Cegero em 2025. No caso da Cegero, os encargos setoriais representaram uma alta média de 6,95%, sendo de 5,96% pela CDE Uso e de 1,31% pela CDE GD.
Esse aumento segue o orçamento da CDE, aprovado pela Aneel em R$ 49,2 bilhões para 2025, o que representa um crescimento de 32,4% em relação a 2024. Esse fundo federal financia diversos programas e subsídios do setor elétrico, como:
- Tarifa Social para famílias de baixa renda;
- Incentivos para fontes renováveis;
- Programa Luz para Todos;
- Descontos na transmissão de energia; e
- Subsídios para regiões isoladas sem conexão com o sistema nacional.
Já a Parcela B, referente aos custos de operação, manutenção e investimentos da própria Cegero, teve impacto de apenas 2,31% no reajuste médio.
Composição da tarifa
A tarifa de energia é composta de custos da geração, transmissão e distribuição de energia, além de encargos e tributos. Quando a conta chega, o consumidor paga pela compra da energia (custos das empresas geradoras), pelo transporte da mesma (custos das empresas de transmissão de energia), pela distribuição (parte que cabe à Cegero) e pelos encargos setoriais e tributos. Portanto, no valor da fatura de energia paga pelo consumidor:
- 16,15% se referem a custos com a compra de energia (geração);
- 13,63% de transmissão de energia;
- 27,81% de encargos setoriais;
- 24,2% de ICMS; e
- 18,21% de custos com distribuição de energia até o seu imóvel (parte destinada à Cegero).
Na prática, em média, a cada R$ 100,00 de uma fatura mensal apresentada ao cliente, R$ 18,21 serão destinados à Cegero, para a cobertura dos custos com operação, manutenção e investimentos na rede de distribuição de energia elétrica. Outros R$ 29,78 serão destinados ao pagamento das despesas com geração e transmissão da energia, enquanto os R$ 52,01 restantes serão destinados aos encargos setoriais, impostos e tributos.
Conexão da LD 138 kV Cegero-Cerbranorte
Em 20 de julho de 2025 foi energizada a Linha de Distribuição 138 kV Cegero–Cerbranorte, construída em parceria pelas duas cooperativas. Essa conexão integra a região ao Sistema Interligado Nacional (SIN), trazendo maior confiabilidade e redução de custos.
O benefício total será considerado pela Aneel somente a partir do reajuste de 2026, já que neste ano foi incluído apenas um mês de operação. A expectativa é de uma redução de aproximadamente R$ 4 milhões por ano para cada cooperativa, valor que será repassado diretamente ao consumidor em forma de tarifas menores.
Ranking da Tarifa Residencial
Com este reajuste, a Cegero passou da 5ª posição em 2024 para a 3ª tarifa mais barata do Brasil em 2025. No estado de Santa Catarina, a Cegero ocupa a 2ª posição entre as tarifas mais baixas, tecnicamente empatada com a Codesam, que ocupa a 1ª posição.
Atualmente, a tarifa da Celesc é cerca de 30% mais cara e a tarifa média nacional está 44% acima da Cegero.
COMPARAÇÃO DA TARIFA B1 RESIDENCIAL CONVENCIONAL (SEM TRIBUTOS):
Distribuidora | Tarifa (R$/kWh) ¹ | Diferença p/ Cegero |
Cegero | 0,53492 | |
Celesc | 0,69568 | +30% |
Média nacional | 0,77 | +44% |
- Valores sem tributos e outros elementos que fazem parte da conta de luz, tais como ICMS, PIS/COFINS, Taxa de Iluminação Pública e adicional de bandeira tarifária.
Um consumidor que utilize 300 kWh/mês paga hoje:
- Com a Cegero: R$ 160,48
- Média nacional: R$ 231,00
Ou seja, uma economia de R$ 70,52 por mês, o que representa R$ 846,24 por ano em relação à média nacional.
Para o presidente da Cegero, Tito Hobold, apesar do aumento expressivo dos encargos setoriais, conseguimos chegar em 2025 à 3ª posição no ranking nacional de menores tarifas, frente à 5ª posição do ano passado. “Mesmo sem os antigos descontos na compra de energia e sem subvenções operacionais, benefícios que ainda existem na grande maioria das cooperativas, mantemos a energia da Cegero mais barata que a da Celesc e bem abaixo da média nacional. Com o maior investimento da nossa história, a linha 138 kV, estamos garantindo maior confiabilidade e redução de custos futuros, reforçando nosso compromisso com os consumidores e associados”, enfatiza.
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