Foi aceita pela Justiça nesta segunda-feira (24/4) a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) contra quatro acusados no envolvimento do homicídio de uma mulher ocorrido em janeiro deste ano, em Braço do Norte. Os réus são uma mulher de 41 anos e outra de 28, e dois homens, um de 37 anos e outro de 24, todos presos preventivamente. Três deles foram denunciados pela suposta prática dos crimes de cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver e o quarto suposto envolvido irá responder por ocultação de cadáver e coação.
A ação criminosa teria começado no dia 21 de janeiro deste ano, quando os três denunciados teriam iniciado a privação de liberdade da vítima, a mantendo em cárcere privado. Três dos réus teriam atraído a vítima através de um perfil falso nas redes sociais para um encontro com o denunciado de 37 anos, alegando que ele teria um recado para dar a ela vindo do ex-companheiro da vítima, que está preso. Ao chegar no ponto de encontro, a mulher teria sido surpreendida pelos três criminosos que bateram com o carro na bicicleta que ela estava e a sequestraram para dentro do veículo que pilotavam.
A partir de então e até o dia 23 de janeiro a vítima teria sido mantida em cárcere privado, passando por ao menos seis locais entre residências, grutas e sítios nas cidades de Braço do Norte, Grão Pará, Orleans e Rio Fortuna. Durante os três dias a vítima foi agredida e privada de cuidados indispensáveis como alimentação e água e, em determinados momentos teria sido mantida amarrada e amordaçada. As agressões e o estrangulamento praticados contra ela teriam resultado na sua morte, em 23 de janeiro.
Ocultação de cadáver
Após a morte, o corpo da vítima teria sido ocultado pelos criminosos em dois locais e momentos distintos. Ainda no dia de 23 de janeiro em um sítio na cidade de Braço do Norte, três dos denunciados teriam enterrado o corpo da vítima, a fim de que não fosse localizado.
Depois desse fato, já com a participação do quarto denunciado, teriam desenterrado o cadáver e o transportado para um outro local onde novamente ocultaram o corpo, enterrando-o em uma cova envolto em material plástico e um cobertor. A região conta com mata fechada e, portanto, é de difícil acesso. No intuito de assegurar que o corpo não fosse descoberto, os denunciados teriam depositado cal sobre o cadáver.
Qualificadoras e possíveis motivações do crime
O crime teria sido cometido por motivo torpe, uma vez que as duas mulheres denunciadas teriam desavenças anteriores com a vítima, que era ex-companheira do atual namorado da denunciada de 28 anos. O ex-companheiro da vítima foi preso por ter causado incêndio na residência da própria vítima em 2020, o que teria feito com que as duas mulheres denunciadas a responsabilizassem pela prisão.
Além disso, teria sido motivado pela existência de um suposto perfil falso na rede social Facebook, em tese criado pela vítima em nome da denunciada de 28 anos, com o possível intuito de atrapalhar o relacionamento afetivo entre a ré e o homem preso. O denunciado de 41 anos, por sua vez, teria aderido às motivações das possíveis coautoras.
O crime também teria sido cometido por meio de recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista a superioridade numérica dos possíveis autores, com maior força física.
Crime de coação
O quarto envolvido no crime, o homem de 24 anos, filho da denunciada de 41 anos, teria ameaçado o outro réu para que assumisse sozinho a prática dos crimes. O codenunciado e sua mãe teriam envolvimento com uma organização criminosa, motivo que teria causado temor ao homem.
Agora, os denunciados passam a ser considerados réus na ação penal, na qual terão amplo direito à defesa e ao contraditório.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social – Correspondente Regional em Criciúma