A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) reforça a importância da manutenção das ações de prevenção e controle da raiva no Estado. Uma doença fatal que acomete todos os mamíferos, inclusive os seres humanos, e transmitida por animais domésticos, animais de produção e animais silvestres. A doença ataca o Sistema Nervoso Central (SNC), causando mudança de comportamento, paralisia e por vezes agressividade.
O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva. Por isso, não se deve colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Cães, gatos e animais silvestres transmitem a doença pela mordida do animal doente.
Morcegos
O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é o responsável pela transmissão da raiva para os herbívoros. Não coloque a mão em um morcego, mesmo que ele esteja imóvel e aparentemente morto.
O médico veterinário e responsável pelo Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros (PCRH) da Cidasc, Fábio de Carvalho Ferreira, ressalta que as espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental. Somente profissionais capacitados, do Serviço Veterinário Oficial (SVO), podem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a raiva, porque conseguem diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo.
Em caso de acidente com um desses animais, procure um hospital ou posto de saúde mais próximo, relate o ocorrido para receber o tratamento adequado.
Sintomas:
Sintomas nos animais
O animal apresenta um sangramento na ferida onde ocorreu a mordedura. Os sintomas mais comuns da contaminação são a respiração ofegante, o descontrole da coordenação motora e a morte em torno de dez dias. O animal contaminado pela raiva sempre vai a óbito. O morcego-vampiro (Desmodus rotundus) têm hábitos noturnos e são encontrados em cavernas, ocos de árvores, minas e casas abandonadas.
Sintomas nos humanos
Os sintomas da raiva humana são inespecíficos no início da doença, como mal-estar geral, pequeno aumento da temperatura corporal, falta de apetite e, em seguida, instala as alterações de sensibilidade, queimação, formigamento, dor no local do ferimento, com posterior quadro de infecção e febre, evoluindo para aerofobia, hidrofobia e crise convulsiva. O período entre o aparecimento do quadro clínico até o óbito varia entre cinco e sete dias.
Como proceder em caso de contágio?
Em caso de agressão por um animal suspeito de ter a doença, a vítima deve lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar com urgência o serviço de saúde mais próximo, para avaliação da situação. No caso de o agressor ser animal doméstico (cão e gato), não se deve matar o animal e, sim, deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva.
Como ajudar no controle da raiva?
– Vacine seu rebanho contra a raiva;
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade;
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique à Cidasc do seu município, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.
ATENÇÃO! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para removê-lo adequadamente.
Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina (PCRH)
O PCRH em Santa Catarina tem como estratégias de atuação o controle da população dos morcegos hematófagos da espécie (Desmodus rotundus); a vacinação dos herbívoros domésticos em situações específicas; a vigilância epidemiológica; o monitoramento sistemático e cadastramento de abrigos de morcegos e a educação em saúde e capacitação dos profissionais do Serviço Veterinário Oficial (SVO).
A raiva é de notificação obrigatória. Por se tratar de uma zoonose, o pecuarista não deve manipular os animais que apresentarem sintomas de doença nervosa como andar cambaleante, animais caídos. A presença de espoliação/mordedura no animal, também é um indicativo de que esteja sendo atacado por morcegos. Para isso, notifique a Cidasc para realização de investigação dentro das normas do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros (PCRH).
Vacinação dos animais
A vacinação dos animais é a melhor saída, pois a doença não tem tratamento e leva o animal à morte. Podendo também ser transmitida ao ser humano. Atenção à correta armazenação da vacina, para garantir que seu animal seja devidamente imunizado. Ela precisa ser guardada e transportada em temperatura de 2 a 8 °C para manter sua eficiência. Frascos abertos com alguma dose restante de vacina para raiva NÃO PODEM ser guardados para a dose de reforço.
Um guia rápido sobre a vacina da raiva
A vacina anti-rábica deve ser aplicada anualmente nos animais domésticos e de criação. Vacine ovinos, bovinos, caprinos e equinos com mais de 90 dias de vida. Quanto à vacinação de cães e gatos, consulte o médico veterinário. Abaixo, orientações para cada situação envolvendo animais de criação:
Caso o animal nunca foi vacinado contra raiva:
– Vacine;
– Dê uma dose de reforço em 30 dias;
– Faça uma nova dose em 180 dias;
– Revacine anualmente.
Caso o animal foi vacinado alguma vez, mas não vinha recebendo o reforço anual:
– Vacine;
– Dê uma dose de reforço em 30 dias;
– Faça nova dose de reforço em 180 dias;
– Revacine anualmente.
Caso o animal foi vacinado e recebeu dose de reforço há mais de 180 dias:
– Vacine agora;
– Revacine anualmente.
Caso o animal foi vacinado e recebeu dose de reforço há menos de 180 dias:
– Aguarde o prazo para vacinar.
Lembre-se: a vacina da raiva deve ser reforçada anualmente!
Fonte: Cidasc