O projeto “Estruturação e Aperfeiçoamento do Artesanato Kaingang da Aldeia Condá em Chapecó” está entre os três finalistas da categoria “Responsabilidade Social” do IX Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal (MPF). O anúncio dos vencedores será feito em cerimônia virtual, no dia 30 de abril, a partir das 17h30.
Além de identificar e dar visibilidade à atuação dos membros do MPF, o Prêmio República estimula parcerias entre os entes que se dedicam à promoção da justiça e à defesa do Estado Democrático de Direito. A comissão julgadora analisou 90 trabalhos inscritos e escolheu os finalistas em cada categoria com base em critérios como eficiência, alcance social, criatividade, potencial de multiplicação e complexidade.
O projeto de aperfeiçoamento do artesanato Kaingang da Aldeia Condá surgiu em 2018, a partir de uma articulação do MPF em Chapecó com a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Junto com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Unochapecó iniciou os contatos com a aldeia, expondo os objetivos do projeto.
Após algumas visitas à aldeia, os trabalhos tiveram início em junho de 2019 com uma parceria entre a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da Unochapecó, a Funai, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o MPF. Além disso, foram fundamentais para o projeto os recursos provenientes de condenações em ações judiciais propostas pelo Ministério Público do Trabalho.
As atividades iniciaram com o cadastro dos artesãos interessados em constituir uma associação, denominada Kamé Kanhru, e a apresentação de uma proposta de oficinas de melhoria e resgate cultural na comunidade. As ações realizadas nas oficinas da Associação Kamé Kanhru, ministradas pela designer de produto Sílvia Regina Baggio, trabalharam conceitos que vão da importância da manutenção cultural, dos aspectos relacionados à matéria-prima, da inovação dos processos de confecção, da otimização de recursos e das tendências voltadas ao mercado consumidor até o posicionamento junto aos espaços de comercialização. Também se buscou o resgate histórico e cultural nas peças, para que elas pudessem chegar ao consumidor final com características que foram em algum momento esquecidas ou não preservadas.
Como um dos objetivos do projeto é a comercialização do artesanato, o trabalho prospectou novos mercados, fazendo com que o artesanato indígena fosse reconhecido como um produto cultural daquela região. Também se pensou na sua valorização econômica, a partir do seu uso por profissionais das áreas de Design e Arquitetura.
Em agosto de 2019, o grupo foi convidado a participar da Mostra de Arquitetura e Design de Chapecó – Decorare e a empresa Ampliza Tuni & Santos Arquitetos, a título gratuito, elaborou e apresentou o projeto “Casa do Artesão – Aldeia Condá”, um local específico para a criação e o desenvolvimento do artesanato indígena. O projeto está sendo executado pelos próprios participantes da associação, com a colaboração da Funai e de parceiros particulares que auxiliaram com doações e materiais.
Já em 2020, foi realizada a exposição “Arte Kaingang”, promovida em parceria com a Humana Sebo e Livraria, que possibilitou, entre outras ações, a oportunidade de colocar os artesãos indígenas como protagonistas de suas próprias histórias e narrativas. Foi elaborado um catálogo das peças de artesanato produzidas por eles e as vendas foram significativas nesse período de pandemia.
Além das vendas na exposição, o artesanato Kaingang foi disponibilizado aos clientes da Casa Wood Ateliê Mobiliário e da Oca Design, o que foi fundamental para o aumento na renda das famílias indígenas.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal em SC