A recente detecção do vírus da Febre Amarela na Serra Catarinense e em outras regiões de Santa Catarina acarretou uma preocupação em todo o Estado. No Município de Rio Fortuna já foram contabilizados, em apenas uma semana, 13 casos de epizootia, ou seja, morte de macacos. Todos eram bugios. A morte ou o adoecimento desses animais servem de alerta para os serviços de saúde, pois sinaliza a circulação do vírus.
Uma equipe da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) esteve no município para coletar as amostras de tecido dos animais para análise no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). O resultado demora cerca de 30 dias para chegar, só depois será possível afirmar se os animais morreram por febre amarela.
Segundo o secretário municipal de Saúde e Saneamento, Lindomar Ballmann, o crescimento do número de óbitos destes animais foi alarmante não só em Rio Fortuna, como também nos municípios vizinhos de Santa Rosa de Lima, Anitápolis, Armazém e São Martinho. “Isso é muito preocupante, visto que ainda não sabemos o que realmente ocasionou estas mortes, mais há indícios de que possa ser pela infecção do vírus nesses animais (picada do mosquito)”, relata Ballmann.
Segundo informações da bióloga Sabrina Fernandes Cardoso, não havia sinais de atropelamento, agressão ou qualquer outro acidente com esses macacos, que eram aparentemente sadios. As equipes municipais de Vigilância Epidemiológica e Sanitária estão empenhadas no trabalho de notificação e investigação desses casos.
Lindomar faz um alerta para que população informe a Secretaria de Saúde sobre o aparecimento dos primatas mortos. “Assim é possível fazer o monitoramento do vírus através das vísceras destes animais. Os agentes de saúde mais uma vez estão atentos e comunicando toda população para que relatem os casos e entrem em contato com eles assim que encontrarem algum animal morto”, alerta o secretário.
Vacinação
Todo território Catarinense é área com recomendação de vacinação, sendo assim, todo o público com mais de nove meses de idade deve ser imunizado contra a febre amarela.
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica do Município de Rio Fortuna, Eliane Fregulia, faz um alerta para que os munícipes de Rio Fortuna verifiquem suas carteiras de vacinação. “Caso não tenham nenhuma dose da vacina deverão procurar a Unidade Básica de saúde para fazer a imunização. A única forma de prevenção é a vacina que está preconizada até os 60 anos de idade. Para idosos a vacina não é recomendada, nem para gestantes. Esse público deverá estar sempre bem protegido utilizando repelente em locais com presença de mosquitos”, explica a coordenadora.
A doença
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por vírus amarílico ou vírus da febre amarela. Pode ser de curta duração ou evoluir de forma grave, podendo levar à morte. Qualquer pessoa que não tenha sido vacinada e que resida em áreas onde há a transmissão da doença ou visite-as pode contrair a febre amarela. A doença não é contagiosa, sendo adquirida apenas pela picada do mosquito infectado com o vírus.
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo (de modo geral), náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos mais graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada na pele ou na parte branca dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência múltipla de órgãos.