Um menino de apenas três anos passou por momentos de muita dor e tortura física por parte do padrasto Hildomar Alexandre Zabel, de 23. O caso aconteceu em Gaspar, se estendeu por, pelo menos, três semanas, e terminou com a morte do pequeno Enzo Cybell Koppen.
O suspeito de tortura foi preso na terça-feira, dia 13 de novembro. O menino, sepultado no cemitério do bairro Progresso, em Blumenau. E a mãe da criança será ouvida pelas investigações.
Tortura vem à tona
No dia 9 de novembro, sábado, médicos e enfermeiros do Hospital de Gaspar se mobilizaram para atender uma criança que chegou à Casa de Saúde com traumatismo craniano. Apesar da gravidade da situação, essa poderia ser mais uma ocorrência rotineira do hospital. Afinal, crianças com essa idade tendem a se machucar durante as brincadeiras. Porém, um fato chamou a atenção: o menino em questão era Enzo Cybell Koppen, que já havia dado entrada no hospital semanas antes com ferimentos em seus órgãos genitais.
Ferimentos levam à morte
Enzo deu entrada no Hospital de Gaspar desacordado. Ele estava gravemente ferido na cabeça. Devido à seriedade da situação, precisou ser transferido para o Hospital Santo Antônio, em Blumenau. Lá, passou por cirurgia e não resistiu. Ele faleceu no domingo, dia 10.
Investigação resulta em prisão
A morte do menino deixou as autoridades ainda mais em alerta. O delegado da Polícia Civil de Gaspar, Raphael Ikawa Lanzeloti, pediu a prisão temporária de Hildomar Alexandre Zabel. O pedido foi deferido pelo juiz com urgência e, no final da tarde de terça-feira, dia 13 de novembro, a Polícia Militar de Blumenau prendeu preventivamente Hildomar em uma residência no bairro Fidelis, também em Blumenau.
O caso segue em segredo de justiça. Porém, conforme informações do delegado, ele é apurado como homicídio e Hildomar foi autuado em flagrante por tortura.
O que realmente aconteceu
De acordo com a promotora Andreza Borinelli, atual coordenadora administrativa da Comarca de Gaspar e responsável pelos crimes que envolvem a lei Maria da Penha, o primeiro caso de tortura deve ter acontecido há cerca de três semanas, quando Enzo deu entrada no hospital com ferimentos nos órgãos genitais. “Apuramos que, naquela situação, o menino fez xixi na cama ou na calça e, provavelmente irritado, Hildomar apertou seus órgãos genitais. Acreditamos que ele colocou um travesseiro no rosto da criança para que o choro não fosse ouvido”, detalha.
Passada essa situação, o menino deu entrada novamente no hospital no dia 9 de novembro. Dessa vez, com graves ferimentos na cabeça. A mãe de Hildomar chegou a informar que o menino havia se machucado enquanto brincava de pular em cima da cama. A polícia, porém, trata o caso como tortura.
Outro menor é acolhido
Os casos de tortura foram registrados em uma residência do bairro Belchior, em Gaspar. Apesar disso, no momento da prisão, Hildomar foi encontrado em seu novo endereço, no bairro Fidelis, em Blumenau.
No fim da tarde de terça, aconteceu também a acolhida de uma criança de onze meses. “O Conselho Tutelar de Gaspar acompanhou o oficial de justiça para acolher o menor que estava sob guarda do Hildomar. Essa é uma medida de segurança, para resguardar a integridade da criança devido ao histórico de tortura em relação ao Enzo”.
Jornalismo Nova FM.