A greve dos professores da rede estadual completa seis dias nesta segunda-feira (29) em meio a um impasse entre a categoria e o governo. O governador Jorginho Mello (PL) usou as redes socias no domingo (28) para se posicionar contra as mobilizações, negando a possibilidade de descompactação da tabela salarial (principal reivindicação da categoria) e anunciando desconto para quem faltar no trabalho.
O ponto central da greve é a descompactação da folha de pagamento, que o governo, no momento, não pode cumprir. Essa medida teria um custo de R$ 4,6 bilhões aos cofres estaduais. O governador enfatizou que a quantia ultrapassa significativamente os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e, praticamente, comprometeria as finanças do Estado.
Ainda de acordo com o governador, Santa Catarina possui o maior salário da região sul para os profissionais da Educação.
Ainda na noite de domingo, Conforme informações do NSC, representantes do Sinte-SC publicaram um vídeo em resposta ao governador. Para Evandro Accadrolli, coordenador do sindicato, a categoria foi “surpreendida” com o posicionamento de Jorginho.
Uma nota foi divulgada nesta segunda-feira 29 de abril Sobre a greve de uma pequena parte dos professores catarinenses, diante dos fatos abaixo expostos:
- Com base nos portais de transparência de cada Estado, Santa Catarina paga a maior média salarial da região Sul aos profissionais da Educação, superior em cerca de 15% à paranaense e aproximadamente 50% maior que a gaúcha.
- O governo está aumentando em mais de 100% o vale-alimentação.
- Revisou o desconto de 14% para aposentados, garantindo que recebam um valor maior todos os meses no benefício.
- Trabalha no maior concurso da história para contratar 10 mil novos profissionais na Educação.
- Preocupou-se em garantir que todos os professores tenham um horário remunerado fora da sala de aula para planejar conteúdos e preparar provas.
- E que o pedido da descompactação da folha de pagamento é absolutamente inviável no momento: custaria R$ 4,6 bilhões e violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O Estado portanto, determina, inicialmente, as seguintes medidas para garantir o acesso de todos alunos catarinenses à Educação:
- Desconto das faltas injustificadas dos professores grevistas
- Contratação de professores temporários para manter as aulas funcionando
- E que a negociação sobre remuneração dos professores só será retomada assim que essa pequena parcela de professores retorne para a sala de aula
O Governo do Estado julga relevante também realizar um agradecimento público aos quase 90% dos professores que seguem trabalhando nas salas de aula de todas as cidades de Santa Catarina.