Após ser punido pela FIFA pelo não-pagamento de 850 mil euros (aproximadamente R$ 5 milhões) ao Al-Wahda, dos Emirados Árabes, pelo empréstimo do volante Denílson em 2016, o Cruzeiro Esporte Clube se posicionou sobre a situação. A Raposa admitiu em nota que não deve haver reversão da punição, pois o prazo final para pagamento da dívida era 18 de maio. Ainda no texto publicado no site oficial do clube mineiro, a nova diretoria acusou as antigas gestões celestes de omissão e de permitirem que a situação chegasse nesse estágio vexatório, com a perda de seis pontos antes mesmo do início do Campeonato Brasileiro de futebol Série B/2020. Com a perda de pontos, dificulta ainda mais a caminhada na tentativa de voltar á elite nacional em 2021, ano do seu centenário.
A FIFA já comunicou à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a punição e pediu para que o Cruzeiro inicie a competição nacional com pontuação negativa. Não há como reverter a situação, pois a sentença foi em última instância. O clube até tentou negociar um adiamento, alegando falta de recursos por conta da pandemia do coronavírus, mas o acordo não foi efetuado e, com o prazo final do pagamento vencido, terá de compensar os pontos negativos na classificação nas 38 rodadas da competição que poderá levá-lo de volta à Série A de 2021, maior objetivo da temporada.
O mau negócio da vinda de Denílson aconteceu após o jogador vir a Belo Horizonte para se recuperar de uma lesão e posteriormente, receber uma proposta. O volante revelado no São Paulo FC, com passagem também pelo Arsenal, da Inglaterra, onde jogou por cinco temporadas, entrou em campo apenas cinco vezes com a camisa azul, gerando a dívida que não foi paga, tendo conseqüências no já combalido ano cruzeirense. Por outro lado, vence nesta sexta-feira, 29, o prazo para quitação de outra dívida na FIFA, agora referente á compra do atacante Willian, atualmente no Palmeiras, no ano de 2014 junto ao Zorya, da Ucrânia, no valor de R$ 11 milhões. E a exemplo do caso anterior citado, o Cruzeiro também perdeu o processo e tem até a data mencionada para quitar a pendência: a boa notícia para o torcedor azul é que ontem – quinta (28), a nova diretoria levantou o montante necessário junto ao patrocinador máster do clube e pagou a dívida, evitando assim nova perda de pontos. Já em relação a dívida com atletas e funcionários, parte da pendência também foi acertada.
Auditoria revela que cartões corporativos eram usados em casas de entretenimento adulto.
A auditoria contratada pelo Cruzeiro para fazer um levantamento da real situação do clube revelou mais um capítulo triste de sua recente história. A investigação teve alguns pontos divulgados e mostrou que parte dos gastos feitos nos cartões corporativos foram usados em casas de entretenimento adulto, além de resorts de luxo e outros gastos. Segundo o levantamento da Kroll, quatro dirigentes gastaram mais de R$ 80 mil nos cartões de créditos corporativos somente em locais de diversão adulta.
Desde o início deste ano, a Kroll, que é uma consultoria especializada em serviços de gestão de riscos, investigações corporativas, compliance e ciber-segurança, está fazendo uma devassa nos processos e contas do Cruzeiro, para descobrir irregularidades nas gestões passadas, com destaque para a de Wagner Pires de Sá, que comandou o clube entre 2018 e 2019.
Novo presidente.
Em meio a tanta turbulência, o Cruzeiro realizou eleições presidenciais nesta semana. Sérgio Santos Rodrigues (na foto), 37 anos, assume o desafio de comandar a Raposa a partir de 1 de junho, ficando no cargo até 31 de dezembro do corrente ano em um mandato-tampão.
Por: Rodolfo Bussolo Devilla!