4 outubro 2024 - 6:29
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Casal é condenado por matar homem, ocultar corpo e alterar cena do crime

Segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os réus cometeram o homicídio para utilizar o patrimônio da vítima. Eles a atraíram para o local onde moravam e a receberam com facadas e marteladas enquanto o filho pequeno dormia. Na sequência, descartaram o corpo em um município vizinho e limparam a cena do crime.

Um casal de Piratuba foi condenado por assassinar um homem, descartar o corpo em uma estrada e modificar o local do crime para tentar ludibriar a perícia. Adriana Piran da Silva e Gabriel de Siqueira Debastiani cumprirão, respectivamente, 19 e 22 anos de reclusão por homicídio com três qualificadoras e por ocultação de cadáver e seis meses de detenção por fraude processual.

Eles foram levados ao Tribunal do Júri graças à denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) com base no trabalho realizado pelos órgãos de inteligência e combate ao crime. O Promotor de Justiça da 2ª Promotoria da Comarca de Capinzal, Douglas Dellazari, conduziu a acusação, apresentando as provas dos autos aos jurados, com ênfase nas qualificadoras empregadas pelos réus.

“Ambos agiram motivados por interesse patrimonial, objetivando dilapidar o patrimônio da vítima, fato que caracteriza o motivo torpe. O homicídio ocorreu por razões meramente financeiras, o que representa conduta abjeta e repugnante, denotando o desvalor à vida alheia”, frisou.

“De mais a mais, os réus empregaram recurso que dificultou a defesa da vítima, pois atacaram-na de forma inesperada, estando em evidente superioridade numérica e utilizando faca e martelo. Por fim, eles também empregaram meio cruel, provocando sofrimento impiedoso, com intensa brutalidade, pois desferiram diversos golpes, demonstrando absoluta ausência sentimento humanitário”, completou.

O Promotor de Justiça ressaltou que a escolha do local do crime impossibilitou a vítima de tentar fugir. “O homicídio foi praticado no interior de um apartamento, em andar alto, o que inibiu uma fuga, dadas as circunstâncias limitantes da estrutura arquitetônica”, concluiu.

Relembre o caso

Os fatos aconteceram em julho de 2022. Segundo consta nos autos, os réus manipularam e subjugaram a vítima em distintas ocasiões e planejaram a execução do homicídio. Ambos a atraíram para o apartamento onde moravam e a receberam com facadas e marteladas. Os mais de 40 golpes provocaram lesões na cabeça, no pescoço, no tórax e em várias outras partes do corpo. O casal praticou a ação enquanto o filho, ainda criança, dormia no quarto.

Após terem certeza de que a vítima havia morrido, eles esconderam o cadáver no banheiro da suíte, levaram o menino para a casa de familiares em Treze Tílias, retornaram ao local do crime, enrolaram o corpo em uma lona, colocaram-no em um carrinho de supermercado, desceram até a garagem pelo elevador, introduziram-no no porta-malas do carro e levaram-no até Ipira, onde o descartaram em uma estrada rural. Na sequência, eles descaracterizaram a cena do crime, limpando os vestígios de sangue e higienizando todo o apartamento com produtos de limpeza.

Os réus se apresentaram voluntariamente à Polícia na semana seguinte, contando versões distorcidas dos fatos. Porém, as investigações apontaram para a responsabilidade de ambos, mediante premeditação. Eles permaneceram presos preventivamente durante a instrução processual e não poderão recorrer em liberdade.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC – Correspondente Regional em Lages

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