“Transtornos no desenvolvimento em pauta” esse foi tema do encontro organizado pelo Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), nesta tarde de terça-feira (29/11), no campus. Estiveram na reunião os secretários e servidores ligados às pastas da saúde e educação dos municípios próximos à Instituição. O objetivo foi debater e criar soluções em cooperação, considerando os desafios enfrentados no dia a dia diante dos diagnósticos, das necessidades educacionais especiais e dos processos inclusivos, numa atenção especial para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Os desafios são muitos, narrados pelos próprios profissionais de gestão que atuam nos municípios e que relataram falta de profissionais na área da educação e ainda mais de profissionais especializados para atender a demanda que cresce exponencialmente. A coordenadora do Atendimento Especializado Educacional (AEE), do município de Lauro Müller, Gisele Miguel, relata que hoje o município tem cerca de 2 mil alunos nas redes municipais e estaduais. Dentre eles, 68 têm laudo fechado com TEA. “É bem difícil. Toda a semana chegam novos laudos”, conta.
Conforme a coordenadora do Núcleo de Apoio à Acessibilidade (NAC), a professora Sara Böger, o TEA é mais comum entre os meninos, que têm dificuldade de se inserir no mundo onde o simbólico é compartilhado, o que causa problemas de comunicação. “O fundamental é garantir o neurodesenvolvimento adequado”, diz a professora. Segundo ela, o ideal é que o diagnóstico seja realizado precocemente, porque é importante que estímulos sejam dados no momento certo, evitando prejuízos maiores para a sociabilidade das crianças. E, para isso, os municípios precisam ter protocolos e fluxos definidos.
O Colegiado de Educação da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC) chegou a criar uma câmara técnica para padronizar o atendimento e criar protocolos. Conforme as profissionais que vêm se reunindo no grupo, uma das primeiras questões dos encontros mensais é quantos laudos chegaram a mais para cada município. Pela Lei Estadual 17.143, alunos com TEA, deficiência mental, transtorno psiquiátrico, deficiência motora e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade têm direito a um segundo professor em sala de aula.
“Queremos padronizar os protocolos de atendimento para que os alunos sejam atendidos igualmente em todos os municípios da AMREC. Isso será um avanço. Um trabalho gratificante que ficará de legado para os próximos profissionais e para alunos”, afirmou a coordenadora da AEE de Lauro Muller, Gisele Michel, que é egressa do Unibave do curso de Pedagogia, além de especialização em Psicopedagogia e Gestão Escolar.
A ideia do encontro desta tarde veio a partir de uma reunião do Conselho Municipal de Educação de Orleans, discutindo e alinhando a possibilidade da formação de um grupo condutor de trabalho, que pudesse ser no futuro um multiplicador, além da possibilidade de novas formações. A professora Adriana Zomer apresentou a especialização em Educação Especial e Inclusiva, e uma especialização específica voltada especialmente para o TEA. Outra possibilidade apresentada é de trabalhar com trilhas de aprendizagem, formações com temáticas alinhadas a serem trabalhadas ao longo do ano de 2023, tendo em média de 30 horas/aula por temática.
UNIBAVE