Após convocação da Assembleia Legislativa, por solicitação do deputado Bruno Souza (NOVO), o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto, participou da Sessão Ordinária desta terça-feira, 26 de julho, para esclarecer e detalhar o que está sendo feito para resolver a falta de leitos de UTI neonatais e pediátricas em Santa Catarina.
A convocação ocorreu após a morte de três crianças no estado que não conseguiram leitos na Unidade de Terapia Intensiva. Em junho, no Hospital Infantil Joana de Gusmão, um bebê de dois meses faleceu sem ter direito ao leito de UTI neonatal. Em 09 de julho, outro bebê de seis meses, no município de Três Barras, veio à óbito enquanto aguardava a transferência para um leito de UTI neonatal em Jaraguá do Sul. E também em julho outra criança, de dois anos, com quadro grave de pneumonia, não conseguiu UTI e não resistiu.
Desde fevereiro deste ano, o deputado Bruno Souza (NOVO) solicita informações sobre o estado das UTIs, após uma série de denúncias sobre a falta de leitos neonatais. No entanto, a resposta da Secretaria de Estado da Saúde foi de que a situação era sazonal e pontual. Mas não foi. Desde janeiro, a taxa de ocupação no estado é superior a 92%.
De acordo com o secretário de Saúde, Aldo Baptista Neto, foram montadas três linhas de ação: vacinação, atenção básica à saúde e ampliação dos leitos hospitalares, os quais classificou como a última fronteira do atendimento.
Ainda segundo o secretário, com relação aos leitos de UTI, o Governo abriu 75 novos leitos até agora, e outros 48 devem ser abertos até 03 de agosto. Novamente, assim como fez em outras declarações, o secretário destacou que o motivo da superlotação nas UTIs deve-se à pouca vacinação das crianças catarinenses.
Aos deputados, Aldo Baptista Neto afirmou ainda que o serviço de vigilância sanitária fez um levantamento que aponta que, em média, no ano de 2017, eram 57 internações ao ano por síndrome respiratória aguda grave. Em 2019, esse número saltou para, aproximadamente, 500 casos no primeiro semestre. “Toda estratégia foi montada e mesmo assim estamos sendo severamente impactados por essa situação”, admitiu.
Quanto à descentralização da saúde em Santa Catarina, que visa a abertura de leitos de UTI em cada região, para não ser necessário o deslocamento dos pacientes, o secretário assegurou que ações já foram feitas neste sentido, mas que ainda é preciso muito mais. “Queríamos ter nos dedicado mais a neonatais e pediátricas, mas não tivemos pernas e braços suficientes. E, infelizmente, gostaríamos de ter avançado muito mais”.
Ainda com relação à regionalização, o secretário da Saúde destacou que algumas unidades hospitalares não têm capacidade para ampliar os leitos, inclusive na rede privada.
No caso do uso do avião ambulância, pago com recursos da saúde, mas utilizado por diversas vezes por autoridades em detrimento do atendimento de pacientes, o secretário respondeu que a escolha por uma aeronave ou outra transcende a Secretaria porque a decisão é da Casa Militar, e acrescentou que a definição do deslocamento via transporte aéreo ou terrestre é feita pela equipe médica.
“A presença do secretário na Alesc só nos deu certeza de que, mesmo sendo avisado há meses, o Governo só começou a planejar ações em maio, quando a crise na saúde estava consolidada. Seguiremos fiscalizando e monitorando a situação para que nossas crianças e bebês tenham direito de ter o atendimento adequado, o que é o mínimo que esperamos do Estado”, ressaltou o deputado Bruno Souza.
Colaboração: Assessoria de Imprensa -Claudia Xavier